Lewandowski anuncia muralhas e mais efetivo após fuga em Mossoró
Prioridade neste momento, segundo ministro, é capturar os detentos que fugiram na madrugada de quarta-feira
16/02/2024 09:17
O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou medidas, nesta quinta-feira 15, após a fuga inédita de dois detentos da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Ele disse que trabalhará na modernização do sistema de videomonitoramento dos presídios e no aperfeiçoamento do controle de acesso aos presídios federais com sistema de reconhecimento facial para presos, visitantes e administradores.
“Vamos ampliar sistema de alarme e sensores nas cinco unidades prisionais federais e requisitar nomeação de 80 policiais penais já aprovados em concurso para reforçar o sistema prisional federal”, disse.
Além disso, afirmou que o governo vai construir muralhas em todos os presídios federais
Em sua primeira entrevista coletiva à imprensa desde que assumiu o cargo, e mais de 24 horas depois de a fuga se tornar público, Lewandowski disse que a prioridade é achar Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Segundo as investigações, eles são ligados ao Comando Vermelho.
Ele afirmou que também há três helicópteros atuando, além de drones envolvidos na procura dos fugitivos no perímetro de cerca de 15 Km do presídio até o centro da cidade.
A gestão dessas unidades é de responsabilidade da pasta de Lewandowski, que teve a sua primeira crise em 13 dias no comando do ministério. A fuga foi a primeira registrada no sistema penitenciário federal desde sua implantação, em 2006.
Na entrevista, o ministro considerou a situação como grave.
“Considero realmente que a fuga dos dois detentos é algo que não pode ser minimizada, é algo grave, é grave, mas é uma fuga que se deu em uma série de coincidências negativas, casos fortuitos e, infelizmente, facilitaram a fuga desses dois detentos, desses dois criminosos. Embora preocupante, isso não afeta a segurança dos presídios federais”, disse.
Mais cedo, o secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, disse que, se os protocolos de segurança da penitenciária federal de Mossoró tivessem sido seguidos rigorosamente, as duas fugas inéditas no sistema não teriam acontecido.
“Nenhuma das possibilidades está descartada: relaxamento, facilitação, seja lá o que a investigação indique. Não posso adiantar nada porque seria uma mera ilação da minha parte na conjectura. Eu posso adiantar apenas isto: é muito provável que os procedimentos de segurança não foram empregados da forma como deveriam ser”, afirmou André Garcia, em coletiva de imprensa em Mossoró.
Como medidas após a fuga, o governo suspendeu banhos de sol, visitas sociais e de advogados nos presídios federais após o ocorrido. A direção do presídio também foi substituída.
Além disso, foram suspensas também atividades de assistência educacional, laboral e religiosa. Somente os atendimentos emergenciais de saúde seguem mantidos.
Ainda não há informações se houve ajuda de agentes penitenciários, de outros funcionários ou pessoas de fora na fuga. As hipóteses estão sendo investigadas, mas já há consenso de que houve falha na inspeção.
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