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“A reforma política serve para manter quem está no poder”, diz presidente da União dos Vereadores do Brasil

Gilson Conzatti discute reforma política, participação feminina e a evolução do eleitor brasileiro à véspera da Marcha dos Vereadores em Brasília

“A reforma política serve para manter quem está no poder”, diz presidente da União dos Vereadores do Brasil
“A reforma política serve para manter quem está no poder”, diz presidente da União dos Vereadores do Brasil (Foto: Reprodução)

“A reforma política é uma utopia. A cada dois anos se entra nesse tema, e as reformas políticas são para man- ter quem está no poder”, afirmou o presidente da União dos Vereadores do Brasil (UVB), Gilson Conzatti, ao demonstrar suas reservas quanto à realização da reforma eleitoral, cogitada nas últimas semanas dentro do Congresso Nacional. Para ele, apesar de ser frequentemente discutida, essa reforma não deve sair do papel tão cedo e a falta de avanço é uma utopia que se assemelha à longa discussão sobre a reforma tributária.
“A cada dois anos se entra nesse tema, e o que eu vejo com as reformas políticas é para manter quem está no poder. A política tem muita gente boa, que não participa por causa de uma ima- gem distorcida ou real. Esse ano tem a cota para o Fundo Partidário, em que as mulheres têm 30% dele, mas não chegam muitas vezes porque os partidos ajeitam formas de dizer que foi investido em propaganda, em comunicação ou em assessoria jurídica. E o percentual desse recurso, extraordinário esse ano, quem é que vai distribuir são os deputados federais”, disse, em entrevista à 94 FM nesta sexta-feira 22.
Para Conzatti, a crescente transformação do eleitor brasileiro também foi abordada pelo presidente da UVB. Conzatti reconhece o aumento da vigilância e fiscalização por parte do eleitor, impulsionados pelas redes sociais. “O vereador está mudando a vida da cidade, e as pessoas estão prestando mais atenção nos mandatos”, afirma ele, destacando a importância da comunicação facilitada pelas mídias sociais no amadurecimento político.
Quanto às cotas para mulheres na política, Conzatti revela uma mudança em sua percepção pessoal. “Hoje eu entendo que a dificuldade das mulheres na política é que os homens muitas vezes não querem as mulheres na política”, afirma. Ele condena a prática de candidaturas laranjas, descrevendo-as como uma violência contra a mulher.
MARCHA DOS VEREADORES
Com a proximidade da Marcha dos Vereadores, que ocorrerá entre os dias 23 a 26 de abril em Brasília, Conzat- ti enfatiza a importância do evento para fortalecer o par- lamento municipal. “A marcha não é apenas um curso, é um grande movimento, uma inte- gração entre várias culturas e realidades do Brasil”, destaca.
O evento, que será realizado no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, terá a participação limitada a 4 mil vereadores. Conzatti explica que a restrição se deve ao espaço físico, mas ressalta a importância do encontro para promover a comunicação e troca de experiências entre os parlamentares de diferentes regiões do país.
“A marcha é uma oportunidade para os vereadores se comunicarem, se integrarem e trocarem informações”, afirma Conzatti, destacando que a integração é crucial para compartilhar projetos bem-sucedidos e aprimorar os mandatos. Ele enfatiza que o objetivo principal é mostrar a existência e a importância do parlamento municipal no cená- rio político brasileiro.

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